Eu me vejo de cabelos brancos,sentadinha em uma cadeira em movimento vem-e-vai e sobretudo,escrevendo.


(Ana Stefana Lisboa)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Férias

[ Ao som de Terra - Caetano Veloso]

Revezo as mãos.
A fazer ponta no meu lápis de cor amarelada.
A esticar as mãos nos móveis rústicos.
A revirar as antigas fotos.
Respirando os ares daquela infância, merendando o lanche escolar.
Sentava no colo de minha mãe que fazia um penteado.
Os bons amigos.
E poucos.
A se contar nos dedos hoje.
Centenas de caminhos percorridos.
A lanterna ainda acesa para enxergar os certos.
Revezo os sentidos.
Chinelo nos pés.
Pique-esconde na rua, voltava sem um dos lados.
A empinar um pipa no alto com uma rabiola bem grande.
Lembranças.
Férias.
É isso, o memoriar do simples.
A abrir as cortinas e deixar o Sol entrar devagarzinho.
Aquecendo aqueles tempos.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Alguns Champignons

E, quando eu digo "Calma,aguenta firme!", é porque eu tenho ciência da linha tênue entre a vida e a morte.Os limites internos são como peças de um quebra-cabeça, se juntarmos todas, é explosão.
A vida é viver. A morte é morrer. Tão óbvio,mas não.
Mas quando se está morto, mesmo com vida?
O respiro saí lentamente, os passos um tanto tortos.A morte aparenta ser a última saída.
Priorize pensamentos, filtre pessoas, tempo e modo, caminhe em sentido contrário ao tédio.
Não seja mais um Champignon.
Procure ajuda, encontre LUZ, veja DEUS.
Se não, é morte. É se despedir aos poucos, dia após dia.

E, Champignon não faleceu hoje.
A tal linha foi percorrida, só que ninguém viu.

Temos alguns Champignons vivos, disso eu sei,tenho certeza.