Eu me vejo de cabelos brancos,sentadinha em uma cadeira em movimento vem-e-vai e sobretudo,escrevendo.


(Ana Stefana Lisboa)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Algumas malas

Foto: Fábio Bião

Alguém há de explicar tanto movimento : ônibus,malas,embarques e desembarques.Dizem por aí que o final de ano se aproxima e com ele carrega todos aqueles que não abrem mão da boa tradição: estar perto de quem se quer o bem neste momento tão iluminado de luzes natalinas e de fogos de artifício. Chegadas e saídas,todos em busca de um alguém,de um encontro levando em cada mala,uma história e mil lembranças.Quantos às esperas,elas já tornaram clichês nos terminais rodoviários,cada qual com sua aflição,agonia e felicidade como numa mistura de sensações. Descobertas,partidas,destinos afins : João Pessoa,Belo Horizonte,São Paulo. Os transportes partem para todos as regiões e transportam sonhadores,viajantes,historiadores. Todos em busca de algo ou alguém.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

No ponto "P" do palco

Pois bem : acalma-se.Não acontecerá nada demais.Eu sei,eu sei que o coração não para de responder com mil batimentos por minuto,é porque faz um bom tempo que não sabemos o que é isso.
(Dei conta do público à minha volta)
Gaguejei sem perceber,encolhi a roupa,amassei o vestido como uma criança indefesa que mal sabe como agir nessas ocasiões e realmente não sei não é,coração ??
-Acerte os passos,desamasse o vestido e sorria - gritou o coração.
Pois é,o coração agora dá ordens.Acertei,desamassei e sorri.Olhei fixamente a platéia,uns me passavam certo desgosto,quanto aos outros,ah outros,sorriam felizes.Olhei para os bastidores e notei que há dois minutos atrás,eu estava lá como os outros,roendo as unhas,vestidos amassados,rodopiando em torno de si e ainda mais,aguardando a sua vez.E agora,eu aqui,parada no ponto P do palco.Ainda rôo as unhas - é,eu sei,ninguém precisa saber desta questão.
- Não é,pessoal ? Ninguém precisa saber que ainda rôo as unhas,é que faz um bom que,que,que,que( gaguejo sem parar) que não sei lidar com o público,platéia,todos me olhando -pensei alto.
Por um instante,pensei que isso tudo fosse um sonho,sabe quando sonhamos de olhos bem abertos? Atentei-me para os lábios de alguns,os quais gritavam convictamente que nada disso era um sonho,é sim,uma realidade tão real quanto o palco. Coube a mim,apresentar-me sem o menor pudor,ensaiar o roteiro e atuar na peça eterna com um grande protagonista: O amor.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Preciso..

Não me olhes com esse olhar como quem quer me tragar,me roubar,me amar,te vejo me olhando encantado(talvez) e confesso que sinto um calafrio,talvez um certo me-do.Baby,pela primeira vez na vida,me sinto segura com pés firmes,com uma calma que ainda não consta no dicionário da vida.Sinto como se alguém estivesse intervendo por nós,planejando por nós,pensando o que deverá ser feito ou o que não deverá ser feito e tu sabes que realmente existe alguém tão grande,tão belo que criou um simples encontro em um final de tarde.Olhe pra trás e sorria,creio que algo de benéfico teremos no fim disto tudo,algo que concluirá a razão deste encontro,deste querer.Talvez um amor,um encontro,uma amizade.Seja lá o que for,que seja doce.Enquanto nada se conclui,me mande cartas,notícias,abraços,telefonemas,tudo devidamente assinado e lacrado.Te retornarei com a calma e confiança empacotadas e direcionadas à você.Preciso que sintas essa leveza,calmaria.Preciso.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

E quando coloco as mãos na cabeça,sinto meu corpo movimentando,quase como um vem-e-vai,digamos que em alguma ciranda,alguma brincadeira de criança.Benditas peças.São elas as culpadas deste vendaval sem fim: remexem entre si,sem dó,grudam,desgrudam,discutem dentro de mim.Que tal contarmos de um até dez e decidirmos em que momento cada uma deve ter seu tempo de remelexo ou preferem que eu acorde no fim deste alvoroço?

sábado, 15 de janeiro de 2011

Enfim,foi só um desafogo


Sinto um friozinho na barriga ao ver casais esbanjando tamanha felicidade à beira das àguas.Deve ser uma sensação boa, não é ? Talvez você me responda com melhor precisão, até porque ainda não tive o prazer de tê-la,ainda,ainda não.Só sinto o friozinho,inho,ao ver de longe ou por fotos como faço agora.Deve dá vontade de abandonar-se com o amor da sua vida e ficar ali à mercê da maresia,das correntezas.Você tem sorte,sabia ?Sei que nunca será tarde para levar um grande amor e delinear - com dedo indicador - o início e o fim da linha do horizonte e nunca,nunca do nosso amor que será eternizado e terá o mar como testemunha eterna.Enfim,foi só um desafogo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Querida Montanha

Quis abolir o seu estado civil (confesso).Foi como um engatinhar na descida de uma montanha-russa : uma mistura de prazer,perigo e lógico,uma vontadezinha fenomenal de correr desesperamente para o final da fila e aguardar a minha vez novamente.Consegue projetar-me ?Calma,calma,tá tudo rápido demais não é,gente?Alguém de vocês tem o controle desse brinquedo?Alguém de vocês sabe me dizer se existe algum botão que possa apagar todas as minhas expectativas?E acabo de ouvir em tom bem irônico um "não me digas que estais auspiciosa?"Sim,estou, e há algum problema nisso?De me encantar com tudo e com todos ?