Eu me vejo de cabelos brancos,sentadinha em uma cadeira em movimento vem-e-vai e sobretudo,escrevendo.


(Ana Stefana Lisboa)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Desapareceu

Confesso que o efeito de desaparecer e reaparecer foi notado.Quando o dia estava por terminar surgia a sua dúvida : real até porém,interessante.Perguntastes se eu estava interessada em alguém,se eu estava me envolvendo com alguém e a resposta foi simplesmente não, e um esclarecimento:depois de tantas idas e vindas,depois de entender o ritmo que banda toca,depois de saber acompanhar tal musicalidade,aí sim,eu aprendi amar menos,a me doar menos aos amores,a ser menos intensa e você não faz idéia da dimensão da minha felicidade;eu tenho sim me interessado por mim mesma,dedicado todos os tempos do mundo para mim,enfim,finalmente,não tenho pensado em amores,em encontrar um modo de encontrá-los,de amar intensamente,sem medidas.Graças a Deus,que essa febre doentia por alguém,desapareceu.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

As tais malas

E pela primeira vez,eu vou agir diferente nesta situação.Brigas.Ciúmes.E lá vai eu de malas prontas indo embora.Não se passam dois meses.E já me vejo novamente de malas prontas.Retornando.Com esperanças.De que irei tentar novamente ser feliz ao seu lado.Isso tudo já se tornou um hábito.Os dois anos resumindo exatamente deste modo.Mas desta vez.Já se passaram exatamente um mês que eu desfiz as minhas malas e decidi ficar por aqui.Ao seu lado novamente.Sem minhas esperanças.E como sempre.Já me encontro cansada.Normal até.Nem feliz.Nem triste.E eu sinto aquela vontade de novamente ir embora.Com minhas calças e vestidos cheirando a gente sozinha.Cansei de ir e voltar.De me arrepender e retornar.Eu vou ficar por aqui.Sumindo às vezes.Quando esse meu ar de cansaço aparecer.E me tornar visível quando eu sentir sua falta.Desaparecer sentimentalmente.Sem ligações.Abstrair.Eu não vou dizer tchau.Eu não vou dizer Voltei,amor.É necessário aprender com as nossas limitações.Se eu não consigo viver longe.Sem ligações amorosas.Se eu não consigo viver por inteira e amando loucamente.Então eu passo a viver no meio - termo.Me escondendo.Ou.Me fazendo real.Até um dia.Que minhas roupas se esconderem dentro das minhas malas.E ir embora convicta de que nunca irei voltar.Até um dia que minhas malas forem emboras por si só.E eu tenho certeza que esse dia vai chegar.Não me leve a mal.Não estou em cacos.Estou bem.Bem comigo mesma.E é por isso que eu não pressa.De ser amada como deveria.De refazer minhas malas.Eu não tenho pressa.Está tudo muito bem.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Em que ponto eu cheguei ...

É complicado tentar compreender a sociedade em si:seus comportamentos,suas idealizações,seus projetos,seus sonhos e a forma de como esse conjunto me atinge.Não culpo ninguém mas questiono o porquê daquele amor tão limpinho não chegar.Ninguém pensa mais em amar ninguém,ninguém pensa mais em ter alguém.Nunca tive a oportunidade de encontrá-lo(confesso)Tenho muito amor guardado e isso me sufoca um pouco.Não quero apenas ser amada,é uma vontade enloquecedora de ter alguém para cuidar(silêncio)O que leva uma pessoa a ser assim ?Com apenas dezessete anos de vida ter uma enorme vontade de amar ? O que leva uma pessoa a ter medo de não ter ninguém para casar ?Olha,em que ponto eu cheguei,olha,em que ser eu me tornei.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

2009 - 2010

Restropectivas positivas e negativas.Eu já consigo ver dois mil e nove partindo de malas prontas.Deixando suas conclusões.Mudanças.Não que tenha sido um ano de más notícias.Também.Mas obtive crescimento.Terminando o ano alterada psicologicamente.Com pensamentos diferentes.Com atitudes diferentes.Que as más notícias trouxe-me como consequência.Um antigo amor e presente amigo deu seu último adeus.E isso me fez perceber o quanto somos pequeninos.Fragéis e indefesos.É preciso saber viver.É preciso escolher e desvendar a diferença de amizades para coleguismos.É preciso atravessar o ano em superávit.E lá se foram os tais colegas.Os amigos de noitadas.Os amores nada construtivos.Os indeferentes.Lá se vai aquela menina que amava e amava e esquecia dela mesma.Os dias passaram.Os tempos outros.Os prefácios e as conclusões.Eu acabo o ano bem.Bem até demais.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A pressa

Talvez eu tenha me precipitado um pouco.Tenho sentido falta de alguém que possua os mesmos objetivos que eu.Que ache graça nos meus textos.Que ria desses meus medos.Que me aceite exatamente assim.Às vezes engraçada.Às vezes cansada.É necessário que alguém chegue.Que me apresente às coisas bonitas.Que me telefone com um simples bom dia.Que me faça mudar completamente de opinião.Que faça meu corpo querer companhia nos momentos em que minha mente insiste pela solidão.Quero o muito.O muito amor.O muito carinho.A muita companhia.Não quero desfilar de carros potentes e nem com abdômens definidos.Quero o simples e o exagerado.Quero a fartura. Aquelas conversas boas.Porém,é preciso compreender que há tempo para todas as coisas.E é isso que me enlouquece.Esperar.




"Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas." ( CFA)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O cansaço de um mestre

"E hoje eu percebi que
em quase tudo eu vejo um
texto.Faço a junção com
palavras e emoções
meramente reflectivos[..]"
Foi quando aquele professor,ou melhor,O Mestre graduado em Letras,reconhecido profissionalmente e recuperando-se de um pós-operatório,entra em minha sala empurrando seu corpo graças as suas últimas energias de vida.Em silêncio,direciona-se ao tablado com um andar cansado com cerca de cinquenta e tantos anos;ele explica a sua demora.Diabético e quase cego.Eu não consigo imaginar o que leva um educador a estar aqui em cacos,fazendo leituras com lupas,o porquê dele não estar repousando.Talvez eu esteja exagerando.Mas foi essa a mensagem que ele me passou:Um cansaço de vida.Me fazendo pensar como eu poderia estar com a sua idade aqui a algum tempo.Ele finaliza seus cinquenta minutos de aula com uma despedida conhecida por todos:"Bom dia para todos,ótimo fim de semana,saudades...";dando a entender que nos encerramentos de suas aulas,ele sempre pronuncia essa frase e logo após uma canção."E cadê a música?" - um aluno pergutou e com um suspiro fadigado meu educador responde:"Não,não existe mais música,meu amigo,agora é só decadência".Automaticamente,eu peço a Deus esse seu esforço acompanhado desse profissionalismo e competência desse Meu Mestre e imploro que esse seu cansaço físico e o desgosto pela vida não me alcance nos meus meados cinquenta e tantos anos.
“Viver agora é tarefa dura. De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã.”
(Caio Fernando Abreu - Caio 3d)

domingo, 8 de novembro de 2009

Show do Nando reis no Rio de Janeiro [ 07.11

E ontem,o Show do Nando reis caiu como uma luva.Eu precisava ver o Nando cantando aquelas perfeitas melodias.Em cada música,eu encontrava algum jeito de pensar nele.É complicado.Pensar em alguém distante.Sem mais nenhum traço amoroso.Sem porquês específicos.Eu só queria poder cantar pra alguém.Aqueles refrões.E confesso que chorei lembrando de nós.Quando o Nando cantou :"E agora como posso te perder?Se o teu corpo ainda guarda o meu prazer.E o meu corpo foi marcado pelo seu.Espero que o tempo passe.Espero que a semana acabe pra que eu posso te ver de novo.Espero que o tempo voe para que você retorne".Eu me senti sozinha.O que não é muito díficil quando o show tem como o alvo, o público comprometido.Onde cerca de 95% de pessoas estavam acompanhadas.Eu só queria poder ter o poder do Cazuza de inventar amores.Eu não sei o que e como se faz isso.Então eu passo minha noite de sábado cantando sozinha para alguém com o Nando servindo de testemunha.Que eu ando cansada.Que tenho sentido saudades.Mas que no fundo eu queria que desse certo.Que desse muito certo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Dia-a-dia

Daqui a alguns minutos.Serão doze horas longe de casa.Longe da minha cama tentadora.Hoje acordei às 06:10 ( e atrasada por sinal).Depois de adiantar o despertador três vezes.Ai sim a consciência foi pro banho carregando meu corpo.Com aquela água fria dizendopra mim :"Acorda,mulher!".Logo mais preparo um café ( meu combustível para o dia).Entro na escola às 7 da manhã e vou até 12:30.Entre cochilos e despertos.Almoço uma comida qualquer.E "vamo si bora" estudar novamente.Um gole de café.E a batalha agora é de 13:00 às 18:00.Com um intervalo de meia horinha.Para comer uma das refeições que me engordar uns 5 kilos em uma única mordida.Me despeço dos livros.E sigo.Deparo com Aquele Calor de meio- dia.Estamos em horário de verão.Até hoje não sei o porquê disso.Mas vendo o lado positivo - o dia parece durar mais.Os únicos assuntos entre as pessoas são o calor e o trânsito de sete cabeças.Tudo parado.Horário de pico.Todo mundo saindo do trabalho.O "adorável" calor de 45°.Pego a condução.Não há lugar.Encosto a mochila que pesa 25 tonelas no chão.E inclinominha cabeça.E penso em escrever.Monto os parágrafos.E repenso.E desejo.Que Papai do Céu esteja vendo meu esforço.Meu suor.Que ele me recompense de alguma forma.Um senhor levanta e me oferece seu assento.Concluo que Deus me recompensou.De alguma forma.Pude sentar.Descançar.E perceber que tudo na vida é preciso um esforço.Pra passar no vestibular esse ano em uma das carreiras mais concorridas.Eu enfrento quarenta vezes o trânsito do Rio de Janeiro somo com o de São Paulo.Aguento calor de 70°.Estudo sessenta horas por dia (se for preciso).E tenho fé.O que é fundamental.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cadê o amor?

Eu sei que ando cansada.Ahh é tanta coisa.Pra ser vista.Sentida.É tanto amor falso.E eu tenho tanto medo.Tanto medo de um dia me deparar com um desses.De me enganarem.É tanto amor declarado.Tanto fingimento.Por toda parte.É gente casada.É gente comprometida.Namorando.Noivando.Eu começo a ter a impressão de que todo mundo é assim.Que traição é algo tão normal.E como diz Caio:"Que eu não perca a capacidade de amar".Eu sinto que estou perdendo.Aos poucos.E é por isso que eu tenho andado sozinha.Sem raízes.Sem nenhum amor(falso).Eu nem sei mais se existe amor.Se ainda existe aquele casal apaixonado.Que pensam em se casar.Ter família.Manter a fidelidade.Amar de verdade.Existe ainda essa raridade?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tati Bernardi

Me dei ,me dei ...mudei.E você, o quê?Fiz tudo, te dei o meu mundo.E você o quê?Joguei, lutei, arrisquei, amei!Gostei, um amor maior: impossível.E você o quê?Ultrapassei meu íntimo.Fechei meus olhos, os olhos da alma. Decidi ignorar meus padrões.Ocultei minhas raivas, algumas vezes não deu, disfarcei meus ciúmes, amaciei minhas mágoas.Sua voz me tranqüilizara, teu sexo me domava.Fiz como pude e como não pude.Do seu jeito fui levando, algumas vezes amor próprio me faltou, mas eu só queria seu amor.Por inúmeras vezes te amava mais do que o tudo.E pergunto: E você ? O quê ?Armei sua lona, fiz seu circo , pintei seu mundo. Fiz de você meu primeiro.Usei suas cores, anulei as minhas.Aceitei suas verdades intactas, anulei as minhas.E você amor ? O quê ? O quê você fez?Despedacei meu ego, levantei nossa bandeira.Me julguei egoísta, fui contra a seu favor.Chorei, chorei, chorei até faltar vazio em mim.Fui no fundo, no profundo do meu âmago.Pra merecer teus carinhos, teus gemidos, tua língua,teu prazer, teu sorriso, tua atenção, teu apreço.Pra me sentir mulher, me fiz criança.Fiz pirraça, cena, novela.Decorei um texto pra nada dar errado.Abri a mente, fiz preces, fantasiei um mundo.Amei teu corpo, teu jeito, teu cheiro,tua sombra, abri meu peito acreditei na gente.Desconfiei muito, mas confiei demais.E você amor? O quê ?Ouviu minha canção? Abriu o peito? Cortou seus cabelos? Trocou de canal?Falou "aquela" frase? Fez planos pra mim?Escolheu um filme pra nós dois?Foi minha companhia para todos os momentos?Foi a um show? Usou "aquela" blusa?Amou-me de verdade?Pensou em mim?No que construímos? No que alcançamos?Tudo um dia tem fim. Tudo na vida tem volta.Tranqüilo você pode ficar, riscos de amar sem ser amado, você não há de correr não.Amor de verdade você não sabe diferenciar.Dizer que vou ser feliz agora? Quem sabe?Dizer que você vai se dar bem? Tomara!Aprendizados são pra vida toda, mas amor unilateral na vida da gente uma só vez é suficiente.

sábado, 24 de outubro de 2009

Para uma avenca partindo - Caio Fernando Abreu

"Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?"

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pós-relacionamentos

E hoje eu li exatamente assim : "Lembre-se do que dizem..algumas vezes,a melhor maneira de deixar alguém pra trás é subir em cima de outro alguém".Desnecessário.Desnecessário outra vez.É necessário aquele luto pós-relacionamento.Não é se esconder debaixo da escada.Chorar feito criança.Tudo bem.Derramar uma lágrima aqui outra ali.Não faz mal a ninguém.Tudo tem um propósito.Se não foi, não era pra ser.É complicado pensar assim depois de tudo.Mas é necessário.É melhor.Repense.Analise onde errou.E leve uma bagagem ótima de experiências de relacionamentos perdidos ou talvez desse mesmo relacionamento para outro que virá.Deus é o futuro.Talvez não foi a hora.Não era pra ser hoje.Mas que possa dar certo amanhã.Mas sem expectativas.De quando esse amanhã poderá chegar.Porque talvez não chegue.Deixe o barquinho da vida fluir.Enquanto isso,faça-se.Caso você tenha se destruído.Decida como gastará seu tempo,seu corpo,sua vida,seu dinheiro,sua energia.Separe esse momento pra cuidar da sua alma.E caso sintas saudades e continue amando.Espere três,quatro,seis meses.Talvez um ano.Talvez ainda sobre alguns restos de fulano ou de ciclano em você.E entenda isso é exatamente normal.Então não seja rude com você mesma.Sinta saudades sim.E diga bem baixinho pra você mesma :"Olha,lá vai uma saudade.Olha,ainda me resta um pouco de amor.Olha,lá vai um pouco de luz,meu amor".Mas depois,esqueça.E procure não pensar nisso.Porque pode se tornar um hábito.Perceba que existe pessoas que só chegam na sua vida pra te ajudar,te mostrar quem realmente você é,destroçar seu ego,te fazer amar e depois se vão.Em forma de humanos elas chegam e depois se despedem.Um dia eu,um dia você.Pra ter essa função,basta estar vivo.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Caios Fernandos Abreus rs


E como diz Caio F. Abreu : "Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras - e por tudo isso, ando cada vez mais só".Talvez seja por isso que eu ande assim.Sozinha.Mas que eu não perca a capacidade de amar.De ver.De sentir. Que eu continue alerta. [...] Que eu não me perca.Que eu não me fira.Que não me firam.Que eu não fira ninguém.Livra-me dos poços e becos de mim."

domingo, 18 de outubro de 2009

Telefonemas

E quando eu acordo nesses dias.Ai sim eu tenho medo.Esses dias frios e carentes por si só.Meu humor parece não cooperar.A vontade que eu tenho é que meu telefone toque.Mais toque muito mesmo.Telefonemas interurbanos.Internacionais.Chamadas a cobrar.De amigos distantes.De casos perdidos.Eu preciso de alguém comigo( e isso não é novidade).Então a solução é sair.E óbvio engordar com as amigas.Nós três no mesmo estado emocional.Chamado fossa.Fossa tripla.Três vezes pior.Três vezes mais funda.Três vezes mais escura.Porque são Três.Aquela música melancólica em volta.Devorando aquela pizza minúscula.Tudo girando a favor da fossa.Mas os telefonemas chegam.As vozes do outro lado nos mostram algo.Talvez uma distração.Sem um porquê.Sem explicações.Sigo um trajeto diferente.Porque eu sou fisurada em realizar minhas vontades.Pego seu endereço.E vou com meu medo guardado dentro da bolsa.E o meu Eu apitando cheio de dúvidas.Chego ao endereço.E troco meia palavra com você.Em seguida uma despedida.Logo após meu tchau.Sem mais.Retorno com um arrependimento na bolsa.E o meu Eu apitando (como sempre)dizendo :"O que eu vim fazer aqui?".A vontade foi concedida.Eu já me perco em tantos pensamentos.E aquela vontade de não atender a telefonemas nenhum.Eu só tenho vontade de desligar meu telefone.Me trancar nesse quarto escuro.E entender de uma vez por todas que as coisas não são assim e o amor não é pro meu bico.Será que vai ser preciso viajar pra Itália e engordar aqueles dez quilos da Elizabeth Gilbert?Será que eu não vou aprender que essa falta que eu tenho é a falta de mim mesma?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Era uma vez.

Acho que foi o fato de você partir tantas vezes que fez descobrir tantas coisas.Que aquele famoso vazio.Não era a falta de você.Era exatamente a falta de mim mesma.Era a falta de me amar mais.De confiar somente em mim.Sem esperar ninguém.E o cansaço emocional cooperou a não criar expectativas em relação a ninguém.Só a mim mesma.Eu atravesso pontes.Admiro riachos.E não sinto falta de ninguém.Eu tenho sido a minha melhor companhia.Eu - felizmente - não sinto a necessidade de ninguém.Aquela febre doentia por um amor cessou-se.Eu me sinto viva outra vez.

domingo, 11 de outubro de 2009

Impulso vital

Confesso que estou bem.Bem até demais.E como diz Caio : "Vai passar,tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada¨impulso vital¨".E dessa vez ele acertou em cheio.Dentro de seis dias.Eu já me encontro recuperada.Eu já recomeçei a minha vida.Sem fins amorosos.Sem preocupações.Eu tenho sido a minha melhor companhia.Tenho rido de coisas tão chulas com amizades lindas.Apesar de continuar com esse meu "espírito" idoso.De ser a terceira semana que eu me pego vendo o jornal da madrugada.Mas ontem,eu fui dar uma volta.Fui ao shopping - que coisa tão normal - mas me fez tão bem.Comprei o ingresso do tão esperado show.E quando dei conta já me encontrava dentro de uma livraria admirando os olhos do Caio.Mas dessa vez eu não o levei pra casa.Eu voltei com outro.Voltei com um de romance.Voltei com chamadas perdidas no telefone.Com mensagens.Mas nada disso me emociona mais.É melhor um coração inteiro e sozinho.Do que um ocupado e destruído.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fatigada

Minha cota acabou.A sua e a minha.Ando cansada.Fatigada.Decepcionada.Já não existe amor em ninguém.E isso me causa um certo medo.A minha cota de deixarem as pesoas me ferirem.Já acabou.A sua.Nem sem fala.A sua foi acabando aos poucos.Por vez.Foi corroendo.Desgastando-se.Fundindo até evaporar.Aquela antiga visão sobre você . Se foi.Você mesmo foi se mostrando quem realmente era.A pessoa engana e nega como se fosse algo tão normal.Como se enganar fosse algo recompensador.E isso me magoou muito.Aquilo que construímos - se é que construímos algo - desmoronou-se conforme a sua vontade.Só restam os cacos frios e cortantes.Dá medo.Dá um embrulho no estômago.Uma náusea . Um nojo.Eu nunca gostei de gente falsa e dessa vez não vai ser diferente.O tempo dirá se sobrou algo de mim . Se eu ainda acreditarei no amor . Se eu ainda acreditarei que alguém possa me amar de verdade. ( Ana Stefana Lisboa )

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Naúseas

É uma "coisa" morta aqui.Uma máscara que caiu,um ser enganoso.O espetáculo acabou.As cortinas se abriram e eu te aplaudo de pé,não,não,sentada não,de pé mesmo e de preferência na primeira fileira,aplaudindo a sua grande e magnífica insignificância de ser exatamente um ser que você não é,belo ator,belas enganações,belo desempenho,mereces uma outra apresentação:
"Quem será a próxima vítima a ser enganada?".Sua cota comigo acabou,eu só envio meus pêsames e a não-surpresa de ter encontrado com alguém da sua índole.Eu já deveria estar acostumada mas me surpreendi mais uma vez e agora sinto náuseas.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Estiagem amorosa

Não vale a pena,não vale a pena esperniar,bater meus pés,causar tumulto,discusões,crises de ciúmes,observar suas fotos com suas mulheres,te maltratar,escutar seus argumentos nada convencedores.Eu não tenho esse poder[..]de modular as pessoas como eu quero,deixá-las mais sensíveis ao amor.Quem sou eu ? Não carrego ficha comprometedora,não carrego meu estado civil comprometido e baby,desa vez meu cansaço venceu.Eu não tenho mais outra escolha a não ser deixar pra trás,deixar pra trás o que nunca aconteceu,o que ameaçou a ser e nunca foi,nunca foi e nunca será.Talvez a culpa tenha sido minha,de ter me precipitado tanto,de ter jogado a limpo com todas as cartas na mesa.Eu não fui capaz de fazer alguém me amar.Vivo numa estiagem amorosa que chega a dar medo.Eu implorei o amor e ele nunca chegou:desconsideração,não-amor e muita babaquice é o que restou.Me encontro vazia e bem,minhas tentativas foram lançadas e o cansaço veio à tona.Eu só levo comigo,meu EX pedido de amor,seu EX pedido de corpo,minhas reclamações e a certeza de que o nosso amor NUNCA subiria estradas.

domingo, 4 de outubro de 2009

Réu Confesso

Confesso com uma alma linda cheia de incertezas.Eu retornei,refiz as minhas malas mas deixei algumas em casa,calcei meu tênis encardido e respingado de lama de tanto que eu vou e volto desse seu mundo,mas dessa vez eu já comprei minha passagem de volta,antes de embarcar eu me revesti daquela minha atual armadura fria,eu estou indo mas sem esperas,sem mudanças,sem esperanças de transformações,eu percebi que esse seu gênio é imudável e interessante de ver,eu já entendi o que temos,não existe amor,não existe amor,não existe amor[..]existe corpo, sua atração física e o meu amor não correspondido.Cansei de viver de esperas,de flores,de presentes,de um pedido de namoro,de uma ligação às 3 horas da madrugada(Oi môh,só te liguei pra te falar que eu te amo);eu passei a compreender que não existe sentimento pra isso,não existe .. só existe corpo,e isso não basta.Por isso eu vou,mas eu volto sem decepções,porque eu só vejo dois olhos,um pedido de corpo e muito não-amor.Eu passei a entender que vamos passar a vida toda procurando por um amor de verdade,daqueles que ninguém explica,só se sente.

sábado, 3 de outubro de 2009

Congratulações a mim

Eis -me aqui,otimamente indo.Acho que essa coisa de confessar-se fielmente na comunidade do Caíto tornou-se um hábito,café da manhã.Caíto ? Ahh Caio Fernando Abreu,que beleza de nome,de alma.Criei um Caio dentro de mim,dentro dos meus textos alheios,alguns interessantes e outros cheios de balelas,meros desafagos e pretendo deixá-los aqui:soltos e sem vida.Aos interessados,meus agradecimentos.Aos incomodados,as batatas.Sente-se,peça um chá e leia-me.